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domingo, 21 de junho de 2009

Você já ouviu falar sobre a região de Darfur??? Leia e conheça essa outra realidade (Parte I, postado no Banheiro Feminino em Maio)


Entenda o que acontece em Darfur:

Localização: Oeste do Sudão.

Grupos em conflito: em suma, são 7 grupos rebeldes que mais se destacam, dentre outras facções. Alguns desses grupos são formados por negros nativos da região, outros por árabes. Um dos pontos complexos dessa guerra consiste nos objetivos desses grupos, que são diversos: alguns apóiam o governo. Outros (nativos da região) têm como ideal a sua queda, motivados pelo abandono e o descaso estrutural que sofreram, devido ao apoio do Governo à etnia árabe (os grupos árabes migraram para Darfur devido à seca, superpopulação, etc.). Há ainda os que estão na guerra cultivando interesses com o país vizinho (Chad) que ataca a fronteira Oeste do Sudão (ou seja, região de Darfur. Veja o Mapa para entender melhor).

O governo, liderado pelo Presidente Omar Hassan al-Bashir, apóia efetivamente a milícia Janjaweed (árabe), que na verdade não possui unidade estrutural, se resumindo em uma força anexa aos exércitos do governo, guerreando contra os grupos não-árabes. Você consegue compreender essa situação? É como se, hipoteticamente, tivéssemos no Brasil duas etnias predominantes, a dos brasileiros e dos paraguaios (ia usar os argentinos no meu exemplo, mas achei que poderia dificultar a compreensão). Os paraguaios migraram para o Brasil por problemas diversos (clima inóspito no seu país, etc.). A convivência entre as duas nacionalidades gera uma tensão, pelo nosso nacionalismo e diversos outros fatores, agravado pelo fato de o governo brasileiro favorecer (com diversas medidas governamentais) os paraguaios. Por esse motivo, os brasileiros entram em guerra contra o governo Brasileiro e os paraguaios residentes aqui. Em resposta, o governo brasileiro envia tropas do exército (com poder militar superior), para se aliarem aos paraguaios e iniciam uma limpeza étnica, chacinando todos os brasileiros do país! Junto a isso, existem grupos brasileiros que decidem se aliar ao governo, mesmo sabendo que para isso terão que matar membros da mesma etnia, e, ainda, há outros brasileiros que, quando lhes favorece, fazem guerra em favor do Uruguai (!), que no meu exemplo maluco possui uma péssima relação com o Brasil (logo, esta guerra pode lhe render alguma fatia do bolo). Essa é a gravidade da situação. A guerra em Darfur não tem meios-termos ou acordos de respeitabilidade. Não possui dois lados com ideais bem definidos. São diversos grupos, alguns lutando entre si, alguns fazendo jogo duplo, mas no quadro geral, acredito que predominam dois objetivos opostos: queda do governo e limpeza étnica. E, junto a isso, permeiam os interesses nas fronteiras com o país vizinho, além da boa e velha extração de petróleo.

Considerando que o governo apóia a milícia Janjaweed, a triste realidade é que, logicamente, ele não vai fornecer apoio e meios de sobrevivência (remédio, água, comida, abrigo) aos civis feridos, saqueados, mulheres estupradas e crianças subnutridas, pois essa situação foi provocada pelo Janjaweed. Este grupo é acusado de violar brutalmente os direitos humanos (se você quiser ver as práticas cruéis desses grupos, o YouTube está repleto de vídeos). Assim, os parcos meios de manter vivos os sobreviventes em Darfur vem do trabalho dos grupos humanitários, ONG’s vindas de diversos países. Contudo, estes grupos no mês passados foram expulsos de Darfur pelo Presidente do Sudão Omar Hassan al-Bashir, sob o pretexto de que “não seria possível garantir a segurança das ONG’s”, depois que o Tribunal Penal Internacional, em março de 2009, emitiu um mandado de prisão contra o presidente Omar Hassan al-Bashir, acusado pela prática de crimes de guerra, genocídio e crimes contra a humanidade. Dessa forma, Omar extinguiu a única chance de sobrevivência de aproximadamente 2 milhões de darfunianos, homens, mulheres e crianças que vivem acampados, desabrigados, dependendo de abastecimentos de comida, água e medicamentos (continua)...

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