Muitas teorias envolvem o mito musical, onde surgiu, quando
surgiu, quem (que povo) inventou? Alguns
trazem fundamento substancial e outros, nem um pouco.
Vamos viajar nesta ideia então, O que faz um mito “Ser um
Mito”?
Pelos caminhos sombrios e fascinantes da
floresta, muito distante dos esplêndidos raios de luz do deus Apolo, a ninfa
Dríope deu à luz a uma criança que jamais vira igual antes.
Na cabeça, o infante tinha pequenos chifre e as
pernas assemelhavam-se às de um bode. Seu
rosto era humano, porém seu corpo era todo revestido por pelos grossos e
negros. As ninfas que
representavam o que hoje chamamos de fadas, eram pequeninas criaturas, aladas,
delicadas, com corpo de mulher e muito belas. Viviam nos campos, bosques =,
rios e montanhas. Possuíam poucos poderes, eis porque eram consideradas
divindades inferiores às deusas.
Dríope, assim que o viu, apossou-se de pavor. E
então, disse-lhe estarrecida: - “os deuses que me perdoem, mas uma criatura
dessas nem mesmo uma mãe é capaz de amar.” E
logo que disse tais palavras, sumiu pela floresta, abandonando o filho à
própria sorte. Alguns dias depois, o pai, Hermes (deus mensageiro e protetor
dos viajantes e das estradas) com seu elmo e sandálias aladas que o ajudavam a
voar como o vento, o encontrou.
Hermes então mal-disse: - “Que coração mais duro e
frio daquela bela ninfa!” - Disse ele
indignado.
- “Como tal bela criatura pode ter um coração tão frio!”
E então Hermes disse a pobre criança: - "Daqui pra
frente, você ficará sob minha guarda no Olimpo, junto dos deuses".
E foi recolhendo o seu filho, levando-o
diretamente para o Olimpo para compartilhar da companhia dos deuses.
Mas que grande susto foi para todos quando olharam
para aquele estranho ser.
A princípio, o pequeno deus foi recebido com
espanto e ironia. Mas, com passar do tempo, a estranha criatura se revelava um
ser portador de um precioso dom: o de fazer rir.
O humor foi a primeira arte de Pan. Até Zeus ,
deus dos deuses, se regozijava pois Pan mantinha a todos no Olimpo muito
bem-humorados.
E, por tal motivo por serem muitos os dons de
Pan, resolveram chamá-lo assim, que em grego quer dizer tudo.
As vezes, Pan desaparecia do Olimpo e ia para as
matas e montanhas divertir seus amigos. Ele gostava de assustar caçadores que
ameaçavam a paz da floresta. Sempre muito alegre e festeiro adorava a companhia
das ninfas.
Esperava encontrar entre elas, um grande amor...
E brincava com elas ao dizer:
- Hoje vim para escolher minha futura esposa!
Podem disputar-me à vontade.
- Eu espero! dizia Pan bancando o bonitão... e as
ninfas morrendo de rir se escondiam dele...
Porém, um destas ninfas, realmente não gostava de
tais brincadeiras. Sempre que era possível fugia dele. E foi justamente por
esta ninfa que deus Pan enlouqueceu de paixão...
- Case-se comigo, Siringe (uma belíssima ninfa que
vivia nas montanhas da Arcádia, sempre cercada por admiradores), implorava Pan.
Serás a mulher mais feliz deste mundo! Implorava
Pan de joelhos... Exclamava em revoltada resposta, Siringe: - Só isto que me
ofereces? Bela recompensa por casar-se com um monstro! Respondeu ríspida a Pan,
fugindo mais uma vez dele.
Então, Pan se irritou com tamanha grosseria e
disse-lhe que não lhe daria mais escolha, serás minha mulher e pronto! Falou
ofendido, já saltando para agarra-la.
Siringe gritava que jamais seria dele e desatou
a fugir em disparada carreira para dentro da floresta.
Mas Pan a perseguia incansável sem tréguas, mas
Siringe era muito ágil e sumia subitamente.
Mas as árvores que tinham por Pan um grande
carinho sempre lhe indicavam o caminho para achar Siringe.
Brandia Pan: - De nada adiantará esconder-se.
Todos na floresta são meus amigos e me contarão onde você está. Afinal, a
floresta fora mesmo o seu primeiro berço...
Até que acabou por parar as margens do rio
Ladão, só então percebeu que estava sem saída. E quase sem fôlego, pediu
socorro ao deus do rio Ladão: - Oh poderoso e grande rio, ajudai-me a fugir das
mãos de Pan, ele está louco!
Ladão comovido pelo transtorno da ninfa
transformou-a em caniços finos no brejo, pois fora à única idéia que lhe
ocorreu...
Pan não se conformou com o que viu. Aproximou-se
de Ladão e observou tristonho o que restou de sua bela amada Siringe.
-Não pense que se livrará de mim é tão fácil!
Gritou ele, arrancando violentamente os caniços e levando-os aos lábios,
imaginando beijar Siringe. Foi quando soltou então um longo suspiro e, para sua
surpresa, daquela planta “mirrada” ecoou uma harmoniosa melodia...
Ele acabara de descobrir e inventar a flauta
agreste e os orifícios tinham sido feitos no momento de fúria e decepção por
ter perdido seu grande amor.
Até mesmo depois de deixar a forma de ninfa,
Siringe continuava bela e encantadora....
Então a música surgira inspirada no amor....
E então mais um dom se acrescia aos já
existentes de Pan, agora também era um excelente músico.
E foi graças as suas belas músicas que Pan
conquistou o coração da linda ninfa Eco.
Ele mal podia acreditar. Nunca uma mulher havia
se apaixonado por ele! Ele estava maravilhado!
Nem sua aparência impediu tal romance.
Mas Eco enxergava a vivacidade e alegria de Pan
como qualidades absolutamente encantadoras e sedutoras.
Pan era deus dos pastores e dos rebanhos, tinha
a aparência ao mesmo tempo humana e animal dos sátiros e silenos(eram estranhas
divindades campestres).
Pan era filho de Hermes e herdara dele a malícia e
vivia escondido pelos canto dos bosques, ele se divertia assustando os homens e
mulheres que passavam.
Eis o mito. E o seu, qual é!