A verdade é que o governo Sudanês nunca teria recursos financeiros para manter essa guerra por tanto tempo. Então de onde vem o dinheiro? O Sudão possui consideráveis fontes de petróleo. O problema é que o país não tem recursos tecnológicos pêra extraí-lo. Dessa forma, o governo convida empresas estrangeiras e as libera para extrair o petróleo do país. Em troca, recebe milhões de dólares e destina aproximadamente 70% de toda a fortuna para financiar a morte.
O que impressiona e entristece é a capacidade que algumas pessoas têm (me refiro a líderes mundiais) em colocar embaixo do tapete todos esses acontecimentos aterrorizantes (tente imaginar o que essas pessoas sentem diariamente). De tal forma que pouquíssimas pessoas se mobilizam por essas duas milhões que sofrem, na verdade poucas pessoas sequer sabem que Darfur existe. A África, por sua miséria histórica, tem que suportar esse legado: ver o mundo inteiro agindo como se ela não existisse, ou pior, como se seus povos tivessem condições de sobreviver sozinhos, esquecendo-se de toda a violação de riquezas e cultural, toda a violência que a África sofreu ao ser colonizada...mas enfim, isso é uma outra história...
O ponto a que me refiro é: por que o mundo não se importa? Por que não temos como preocupação da nossa geração ver o fim das crueldades contra a humanidade e da miséria extrema (grande parte concentrada na África)? Seguindo o que já coloquei em um dos textos que postei, acredito ser um grande passo o ato de falar sobre o assunto, e no mínimo contar às pessoas que Darfur existe.
Entrei no site da ONG “Por Dafur” criado em Portugal (http://www.pordarfur.org) e encontrei lá um belo trabalho. A página traz inúmeros dados, vídeos da realidade na região, notícias e as informações que se pode ter do que está acontecendo em Darfur agora. Além disso, no link “como ajudar”, existem opções para agir, desde doações em dinheiro (o que não está ao alcance de todos, infelizmente) até atos mais singelos, mas de enorme valia, como enviar e-mails para o Primeiro-Ministro Português ou Ministro de Defesa do Portugal pedindo medidas pró-Darfur. Além disso, oferece a oportunidade de participar da campanha “24 horas por Dafur”, a qual vai reunir pequenos vídeos de pessoas sensibilizadas com a situação em Darfur em todo o mundo em um grande vídeo e providenciar o encaminhamento deste trabalho aos grandes líderes mundiais. Com uma webcam, você pode gravar um vídeo do seu jeito, não precisa ser grande, e participar através do site http://www.24hoursfordarfur.org/main.php, nesse site inclusive, você vai poder ver vídeos que outras pessoas no mundo inteiro já produziram, clamando pelo fim do genocídio, um deles de Barack Obama. A frase de abertura do site da ONG Por Darfur é “O silêncio mata, mas a tua voz salva.” Ainda, essa ONG redireciona para a organização norte-americana “Save Darfur” (http://www.savedarfur.org/content) que traz mais opções de ajuda, além de trazer mais detalhes sobre o conflito, com detalhes sórdidos, apontado de onde vem o dinheiro que o governo Sudão utiliza para financiar a guerra.
Pois bem, esses são todos os dados que obtive depois de um tempinho de pesquisa e da ajuda de um grande professor de história (e meu cunhado) que me passou algumas fontes de leitura e boas idéias. Alguns dizem que uma caneta é a maior arma. Eu acredito que além de uma caneta, a nossa voz e a incrível capacidade do homem de pensar podem mudar as coisas. Pensar em coisas que nos colocam em conexão com a realidade, que nos fazem ver o que existe ao redor, além dos gols do domingo da rodada do brasileirão.
Segue um vídeo (um pouco forte) de fotos tiradas durante todo esse tempo de conflito
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