10 000 dias de lacrimosidade, psicodelismo, progressive metal, satanismo e sexo! Essa é a vida dos californianos da TOOL, ou pelo menos é assim que seus fãs os enxergam
Prólogo:A TOOL surgiu em 1990
Logo começam a compor juntos e começam a chamar músicos para ensaiar as composições na esperança de que, num ensaio qualquer desses, brote a formação de uma banda, até esse momento, ainda sem nome. Nessa época eles usavam o estúdio pessoal de ensaios de Danny Carey (Bateria), vizinho de Maynard e amigo de Jones. Danny foi apresentado a Jones por Tom Morello (guitarrista do Rage Against the Machines, atual Audioslave), com quem Jones já havia tocado em uma banda chamada Eletric Sheep. Com indicação de Morello, Danny se ofereceu pra tocar bateria Com Maynard e Jones, que ao mesmo tempo sentia pena dos dois por não acharem ninguém para tocar (todos aqueles que eram chamados pra ensaiar nunca voltavam ou nem mesmo compareciam).
Quando Paul D’mour mudou-se para L.A., para trabalhar no meio cinematográfico, Jones estava em estúdio trabalhando com os efeitos especiais de TERMINATOR II. Paul já havia, meio que desistido da música quando Jones o convidou para ser o baixista da banda. A grande curiosidade é que Paul estava sempre de mau humor, o que se tornou perfeito para o estilo musical que a banda estava querendo vestir. Paul era a “ferramenta” que faltava para o trio se tornar uma banda. Ops! Eu falei ferramenta? Ha! Claro, depois de especularem a idéia de a banda chamar-se TOOLSHED eles resolveram acolher a alcunha de, simplesmente, TOOL pelo fato de querer que sua música fosse uma “ferramenta” para a melhor compreensão da “Lacrimologia”, a “ciência do choro”, como terapia, que consiste em evoluir explorando a dor física e emocional. Uffaaa, haja lágrimas pra tanto choro!
Capitulo I – lacrimosidade e sexo
Mesmo sendo uma banda de alternative/progressive metal e incomum, TOOL ganhou paradas de sucesso, em parte pelas polêmicas e parte por seus clipes, obras lapidadas a esmo e elevadas ao nível de “curtas-metragens”. Já em 1992 surge um EP chamado Opiate que seria o quintal do primeiro disco em estúdio denominado UNDERTOW (1993), que chegam as lojas causando euforia e escândalo. Até agora estamos falando somente da capa do disco, nem vamos entrar no mérito das letras.
Também pudera a primeira versão com capa censurada de UNDERTOW (a maioria das lojas trocou a capa e contracapa por um código de barras gigante) trazia em sua frente uma escultura de Jones em forma de caixa torácica exposta, com costelas em forma de tentáculos. A parte traseira interior do encarte ainda trazia uma mulher extremamente obesa nua sozinha, e outra foto da mesma mulher com um homem nu sobre ela. Em edição não censurada, existem também fotos de uma vaca lambendo suas genitálias e um porco empalado por vários garfos. Como a arte do álbum sugere, UNDERTOW é um trabalho extremamente cru com nuances mais melódicas e densas com músicas chegando a cinco minutos em média.
Capitulo II – Satanismo e MTV
Com a chegada do Ænima as lojas em 1996, as turnês e as especulações de que a banda era adepta ao satanismo aumentam sua popularidade a cada show. De qualquer forma a banda não se acha incomodada com isso, por que eles queriam mesmo que as pessoas ficassem excitadas e perturbadas com a sua música. Durante o processo das gravações do Ænima Paul (baixo) anuncia a saída da banda para dar segmento aos seus projetos particulares (acho que ele ficou com medo, hehehe) e dá lugar para Justin Chancellor.
Álbum pronto, os shows estão a mil por hora, o número de fãs aumentando, mas está na hora de mais um escândalo: é quando fica pronto o primeiro clip da música de trabalho chamada “Stinkfist”. Claro, de cara rejeitado pela MTV que alegou o título da música impróprio e ofensivo, por fazer alegoria á uma pratica sexual chamada “anal fisting”. Depois de muitos protestos por parte dos fãs, a emissora começou a exibir o vídeo com o titulo “TRACK #1”
Não é só isso, tem mais: Ænima é um álbum repleto de mensagens subliminares, em quase todas as faixas, ou entre as faixas, Maynard está sussurrando algo na maioria, ininteligível e algumas vinhetas como “Die Eier Von Satan" (discurso em alemão em teor de exaltação, mas que na tradução não passa de uma receita de biscoito cookie). Sendo a capa de Ænima repleta de design gráfico e primorosas holografias satúrnicas, rendeu à banda, um prêmio por “melhor embalagem de álbum” no GRAMMY de 1996. Ainda foi incluída na categoria de “melhor vídeo clip e curta-metragem” por Stinkfist (que ironia)
Capitulo III – 10 000 Days
Depois de encerrada a turnê do álbum LATERALUS (2003 – não menos polêmico também, questionando motivos religiosos católicos) que rendeu vários prêmios a banda inclusive mais um GRAMMY, é chegada à hora de “10 000 DAYS”.
O quarto álbum em estúdio da banda chega às prateleiras em maio de 2006 com a arte gráfica da capa assinada por Alex Grey (mesmo de LATERALUS), e traz a tona toda tendência progressiva da banda, deixando os fãs em dúvida entre qual das obras mais personifica a grande obra-prima da TOOL.
A faixa que abre o álbum chama “Vicarious” e tem uma composição totalmente envolvente por parte da melodia, como se fosse uma progressão retratada da carreira da banda ,sem deixar de ser criativa, com guitarras explosivas e riffs dinâmicos alternados alucinadamente. “Wings for Marie” (wings PT. 1), composta em duas etapas, feita por Maynard devido à morte de sua mãe. Em uma entrevista Maynard explicou que sua mãe sofria de uma paralisia parcial do corpo enquanto viva, e que o período de duração entre a paralisia e a sua morte foi de exatamente vinte e sete anos, ou seja, 10 000 dias ( 10 000 days – wings PT 2)
Capitulo IV – The End
Atualmente a banda excursiona para divulgação de 10 000 days, recentemente pelo site
NOISECREEP, Maynard conduziu uma entrevista em que ele cita:
"Eu faço o que sinto ser certo e não estou preso em nenhum tipo de contrato" diz ele
"Nossos objetivos, em geral, seja com TOOL, a produção de vinho [o cantor é dono das vinícolas Caduceus Cellars] ou o PUSCIFER (projeto lateral que ele participa), não têm nada a ver com os de bandas mais corporativas e manufaturadas, nem são os mesmos daquele show... como é o nome? Onde você compete para ser o melhor cantor?” (referindo-se ao “American Idol”).
"Nós não estamos tentando ser o projeto mais homogeneizado, seguro ou acessível. Nós só estamos fazendo um trabalho como artistas de observar, interpretar e reportar, que não são as metas básicas estabelecidas para... eu não quero chamá-los de artistas. Talvez eles sejam produtos? Talvez eles queiram ser artistas em seus corações, mas os objetivos são diferentes." Completa Maynard !
Como de costume, fica um clip pra ilustrar a obra da TOOL, deixo o premiadíssimo e polêmico “STINKFIST”...
THE END