Ontem foi instalada uma Santa na Cracolândia de São Paulo, centro da cidade, pelo artista plástico e fotógrafo Zarella Neto, que nasceu e cresceu no bairro. Segundo ele, a Santa foi instalada naquele local, para ser democratizada. Em suas palavras, “Ninguém enxerga essas pessoas. Elas merecem proteção. Sou cristão e a santa é do povo.” (Fonte: Folha)

Faz sentido, afinal, fumar crack com um bando de jornalistas do lado deve ser desconfortável, concorda? Além disso, os usuários podem muito bem, através desse ato, ter dito à opinião pública que estão se lixando para a proteção da Santa, pois no calor do vício, o bicho pega, e não é Santa que irá por um fim nessa verdadeira epidemia. E é aí que quero chegar, na transformação do uso de crack, oxy, etc., em uma epidemia trágica.
No passado circulavam por aí drogas que degradavam aos poucos e ao longo do uso, destruíam famílias, transformavam uma pessoa com potenciais infinitos, pensantes, etc., em um meio-ser humano. Agora temos drogas que provocam lesões irreversíveis ao cérebro, debilidade de todos os órgãos, corrosão do sistema respiratório, enjôo e diarréia muito intensa já no início do consumo. No caso do Oxi, a morte pode ocorrer em menos de 2 anos, pelo enfraquecimento completo do corpo. O crack é composto de éter, acetona e bicarbonato de sódio. O oxi, até onde se sabe, de gasolina, querosene e cal virgem.
A minha pergunta é: O que a Sra. Dilma Roussef e os Governantes estaduais têm a dizer sobre essa legião de viciados e de mortos pelas drogas? Quando essa questão vai ser encarada com o devido respeito? Como podemos aceitar a existência de tantas cracolândias em um país em pleno desenvolvimento econômico? Existem na presidência, 33 MINISTÉRIOS. Exatamente. Será que algum desses 33 ilustres ministros (alguns nem tão ilustres, a exemplo do escândadalo do Ministério dos Tranportes) não poderia fazer algo efetivo pelo uso de drogas desenfreado no Brasil?
Por que ainda não foram destinadas verbas para a construção de hospitais exclusivos para dependentes e contratação massiva de profissionais da saúde preparados para remover as pessoas das cracolândias e conduzi-las para a tentativa de reabilitação? Por que não se buscou ainda um plano nacional de tratamento de dependentes químicos, buscando informações aqui e no exterior para retirar as pessoas desse abismo em que estão?
Uma hora vamos ter que lidar com isso, talvez quando o número de jovens do nosso país diminuir tanto a ponto de não termos mais certeza sobre a continuidade da nossa identidade brasileira.
Você tem informações, notícias e idéias sobre como os dependentes químicos estão sendo tratados aqui no Brasil ou no exterior? Na sua cidade algo está sendo feito? De que forma você acha que o governo poderia se responsabilizar por esse caos que nossa sociedade enfrenta?