Os rockeiros que me perdoem. Esta rockeira também se rende a Fito Paez. E, infinitamente mais depois desta quinta-feira, 14/10/2010, no Pepsi on Stage, em Porto Alegre. Chegamos na fila do Pepsi às 20h, duas horas antes de começar o show. Éramos aproximadamente 12 pessoas. Isso mesmo, 12 pessoas. E a movimentação seguiu devagar assim até bem próximo da abertura dos portões, em torno das 21:30, quando a fila tinha um tamanho preocupante. O Pepsi estava longe de estar lotado, coisa que deixa qualquer gaúcho, público exigente, um tanto quanto “frio” para encarar um show. Fito entrou no palco do Pepsi on Stage, pouco depois das 22h, com uma pontualidade fantástica e sem show de banda abertura, o que para mim foi um alívio, depois das últimas bandas de abertura que ouvi. Percebi uma emoção inicial geral, por poder ver Fito Paez depois de tanto tempo. Fito começou o show cantando várias músicas do novo CD (Confiá): Folis,Tiempo al Tiempo, London Town, El Mundo de Hoy, Confiá, Fuera de Control, Limbo Mambo, La Ley de la Vida e outras*. Mas naquele clima meio de “salão vazio” a platéia esfriou um pouco, afinal, em um show a emoção vem sempre com as músicas antigas.
Até que Fito partiu para elas: Circo Beat, A rodar mi vida, Dar es Dar, Naturaleza Sangre, Tumbas de La Gloria, Un Vestido y un Amor, Ciudad de pobres Corazones, e outras. Com uma banda de peso (dois guitarristas, dois tecladistas, um baixista, um baterista e Fito no piano) e uma qualidade musical inigualável de músicos experientes que sabem bem o que estão fazendo, Fito fez mais do esquentar o clima: Fito arrebatou o público, nos levando às lágrimas mais de uma vez. Com duas introduções lindíssimas no piano, Fito tocou as duas músicas que na minha opinião são da maior beleza e delicadeza da carreira de Fito: Cable a Tierra e 11y 6. Eu particularmente, me emocionei muito nesses dois momentos.
A emoção geral criou um clima mágico no show, de entrega do público e de Fito, que dançou, pulou, fez uma performance “rockeira”, chutando o pedestal das partituras e deitou no chão. Fito fez até uma dancinha muito engraçada, um estilo meio mambo, que acabou contagiando o pessoal da área VIP, momento divertidíssimo do show. Fito então encerrou, se despediu e saiu do palco. Por cerca de 10 minutos ficamos gritando olé, olé, olé, olé...Fitoooo...Fitooooo... e nada. Alguns se convenceram de que ele não voltaria mais e foram embora, ainda mais depois que dois caras da produção começaram a desplugar alguns equipamentos do palco. Maas...Fito voltou sim! E trocou completamente de roupa. De uma calça jeans e camiseta passou para um terno branco e gravata branca. Sentou então em frente ao piano e perguntou: o que vocês acham que eu estava fazendo lá atrás? Começou então a cantar, só no piano, sem banda, Vaca Profana, de Caetano Veloso. Nessa hora, quem não era fã de Fito, passou a ser, se rendendo à qualidade musical e à beleza da interpretação dessa música maravilhosa do Caetano.
Se alguém adivinhar qual música encerrou o show ganha o macaco do Idéias, na versão pelúcia: sim! Mariposa Technicolor! Aí sim, o povo pulou, gritou, e saímos do show com a alma lavada e aguardando a próxima vinda de Fito. Fantástico, inesquecível.
Seguem dois vídeos para molhar o bico. Um do show de quinta, com uma qualidade excelente e produzido por uma generosa alma da área VIP, e outro de um show no Teatro São Pedro, em 2007, que, por se tratar de Vaca Profana, vale muito a pena ser postado.
Até a próxima.
*As músicas citadas não foram tocadas exatamente nessa ordem, escrevi de acordo com minhas lembranças e de minha irmã :).
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