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sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Os EUA e a mais nova mudança estratégica: de volta para o Afeganistão

As recentes declarações do presidente estadunidense Barak Obama sobre a importância de se manter a guerra no Afeganistão e, gradualmente, retirar as tropas do Iraque, são exemplos das mudanças da política exterior da atual administração e também revelam quais seus interesses estratégicos naquela conturbada região.



As duas guerras travadas por Bush Jr no Oriente Médio (e por enquanto mantidas pela atual administração em Washington) foram criadas em circunstâncias e justificativas diferentes e estavam direcionadas para objetivos distintos.

A invasão do Afeganistão, em fins de 2001, a expulsão dos talibãs e a caçada a Osama Bin Laden foram explicitamente aprovadas pelas Nações Unidas e contaram com o apoio internacional, em uma conjuntura de consternação e busca por justiça pelos atentados do 11 de setembro. Criava-se naquele momento um consenso sobre a necessidade da “guerra contra o Terror”, prova disso foi a operação da invasão ao território afegão ter sido realizada pelas forças da OTAN e não só dos EUA. Enfim, o contexto para a invasão fora marcado pela legitimação da hegemonia dos Estados Unidos na resolução de um problema que se passava a considerar comum. Era também uma guerra notadamente política: o combate aos terroristas e o controle de ponto estratégico no cenário do Oriente Médio, do Sul asiático e da Ásia Central. Obviamente, interesses econômicos não estavam ausentes, como os das empresas ocidentais de (re)construção civil e especificamente da petrolífera Unocal, desejosa de construir um oleoduto capaz de levar o petróleo centro-asiático até o oceano Índico, passando por Afeganistão e Paquistão.


Já no Iraque a história foi bem diferente. A ocasião dessa invasão em 2003 não foi claramente aprovada pela ONU e, mesmo depois de vencida esta contenda diplomática, ficou claro que não havia uma anuência internacional para a proposta operação militar. A justificativa para a invasão - a posse pelo governo de Saddam Hussein de armas de destruição em massa – não ficou comprovada, nem antes nem depois da conquista. Ao contrário da guerra contra os talibãs e Bin Laden, a guerra contra o Iraque se mostrou muito mais econômica que política, tinha por mérito tomar os poços petrolíferos do país (a segunda maior reserva mundial do produto), para atender forças internas nos EUA ligadas a esse setor econômico, não por coincidência, as mesmas empresas patrocinadoras da campanha de Bush Jr à presidência. Os fatores político e estratégico não estiveram ausentes, é claro, mas desempenharam papel secundário, se os olharmos em retrospectiva.

A mudança estratégica de Obama para o Afeganistão, tão recorrente em seus recentes discursos, é inteligível se entendermos que a guerra no Iraque já não é mais justificável para a atual administração, eleita com o apoio de outros setores políticos internos, e também porque a população já manifestou sua rejeição à intervenção. Já o Afeganistão apresenta excelentes e oportunas vantagens. Além de manter a gigante máquina militar de seu país em ação, o governo norte-americano conta com mais apoiadores entre os tradicionais aliados do que no caso iraquiano. Da mesma forma, se justifica por ainda combater o chamado “Terror” dos fanáticos talibãs. Do ponto de vista estratégico, preserva tropas lideradas pelos EUA em regiões fronteiriças à China, uma potencial inimiga num cenário futuro (bastante) imaginado. O destaque da “Nova Política Externa” de Obama é que ela não é tão nova quanto prometia ou como esperam seus admiradores e aliados. Aliás, nem poderia ser se quisesse manter um nível positivo de governabilidade. Em termos simples, podemos considerá-la um tanto mais diplomática e consensual, com certeza, mas, indiscutivelmente, ainda belicosa e ofensiva.

Um comentário:

  1. Não sei se é um ponto que não surpreende mais ninguém, mas ainda me choco com esse raciocínio de "jogar War" dos Estados Unidos, com relação a monstruosa indústria armamentista que construíram e precisam manter viva agora, escolhendo no mapa quem é o proximo alvo. Não estou generalizando, por favor, conheço muitos valores americanos, de cidadania, civismo, etc... Mas isso ocorre de norte-americano para norte-americano, porque quando se trata de relações internacionais, armas e seus interesses... a postura dos EUA é entristecedora...pelas vidas que sempre são sacrificadas e por todo o potencial que os EUA tem para mudar o planeta para muito melhor, mas não utilizam.

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